Antes de tudo, desculpem a minha ignorância mas desconheço o termo técnico que se atribui a uma colecção de postais (ilustrados ou de correio). Pela lógica devia ser cartoteca (em alusão ao cartão-postal), mas os mapas "açambarcarem" esse epíteto. Ainda fui ver no excelente "Diccionario del Archivero Bibliotecario" de Luis Garcia Ejarque, mas não encontrei resposta. Outras ajudas são bem-vindas.
Tomei conhecimento, pelo JN, há uns dias atrás, de um coleccionador de postais ilustrados, de Viseu, que possui no momento uma
colecção de cerca de 43 mil postais. Não sei se é a maior colecção de postais de Portugal. Desde miúdo que já ouvi falar em colecções, por terras lusas, de muitas dezenas de milhares de espécies. Mas quem as possui geralmente prefere manter o máximo de discrição.
Henrique Figueiredo não prima propriamente pela discrição. Este coleccionador reuniu em 25 anos mais de 43 mil postais ilustrados de todo o mundo. Cerca de meio milhar são muito raros e de um valor muito elevado e estão guardados num cofre de sua casa, em Orgens, arredores de Viseu. Interrogo-me: mas alguém tem a coragem de revelar isto no jornal com a 2ª maior tiragem nacional? Só falta dizer o nº da combinação… Bem, passemos à frente.
Este coleccionador adita ainda que o acervo nunca foi avaliado, mas deve valer uma fortuna, em especial as colecções mais antigas, algumas com mais de 100 anos. Uma delas testemunha de forma ímpar a história da cidade de Viseu no princípio do século XX. Bem, é melhor passar ainda mais à frente.
Henrique Figueiredo, de 54 anos, reformado há uns anos, dedica a sua actual vida praticamente aos postais, uma paixão assumida. Viaja por Portugal (vai sobretudo alfarrabistas, coleccionistas e feiras especializadas) e também pelo mundo fora em busca de postais.
A sua colecção iniciou-se durante umas férias em Peniche há um quartel de anos. No início restringia-se a postais mais recentes, mas um dia, chegou-lhe às mãos um postal antigo e ficou maravilhado. A partir daí intensificou-se deveras a sua procura por postais, sobretudo o designado “postal antigo” (1869-1949), e gasta tudo o que pode na sua aquisição. Os postais estão guardados em pastas de arquivo que enchem uma sala inteira da sua casa.
Mas o fundamento da afixação deste post reside no facto que a
sua colecção de 43 mil exemplares está toda catalogada numa base de dados digital que criou recentemente com mais de 120 mil ficheiros. Estão organizados por países, por cidades e por vilas. O ranking de quantitativos é o seguinte: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Polónia,...
O sonho de Henrique Figueiredo é mostrar ao público a colecção que tem em sua casa, em especial aos alunos das escolas. Outra ideia que tem é um projecto de digitalização dos postais e posterior disponibilização dessa “biblioteca digital” a demais, sobretudo aos estabelecimentos de ensino.Recordo-me de ter lido , também no JN, já há mais de dezena e meia de anos, um caso, passado em Portugal, sobre uma menina com uma doença incurável, cujo pai resolveu publicar num jornal um anúncio solicitando que lhe enviassem postais ilustrados para a menina passar melhor os dias. A verdade é que aquilo se espalhou por todo o Portugal, depois pela Europa e pelo mundo fora, e a menina chegava a receber em certos dia mais de mil postais provindos de todo o mundo (Austrália, Brasil, Suécia, Africa do Sul, etc.). Eram tantos que inclusivamente o carteiro tinha que se deslocar duas vez por dia à casa dela com sacos bem cheios... A partir de certa altura já não havia espaço na casa para tantos postais, que o pai teve que publicar novos anúncios nos jornais a solicitar que não enviassem mais. Sei que chegou a receber mais de uma centena de milhar de postais em poucos meses!
Bem, a minha colecção de postais é bem mais razoável (cerca de três mil), embora com a ressalva que a maioria se trata de “postal antigo”, e é muito diversificada em localidades, países e continentes, e mesmo em temáticas. Mas já há cerca de oito, nove anos que deixei de lhe acrescentar novas espécies.
Sobre postais ilustrados no espaço da web lusófona um excelente espaço é o do luso-francês
Hugo de Oliveira: "
Portugal em Postais Antigos". Outro espaço privilegiado, e que também conheço desde praticamente a sua criação é o
Antigamente, mantido por
Marco Oliveira (não, não é familiar de Hugo de Oliveira). Tenho presente também, que a artista plástica luso-brasileira
Constança Lucas que nos visita (ao BeP) com alguma regularidade (e que mantém desde 2004 o admirável blogue
Imagem e Palavra) também é uma exemplar coleccionadora de postais. Mais alguém deseja confessar a sua paixão pelos postais ilustrados?
A Biblioteca Nacional (de Portugal) possui uma
colecção de postais ilustrados superior a 28 mil espécies. Pululam na web múltiplos espaços com um número significativo de postais portugueses digitalizados. A sua congregação daria com certeza uma relevante biblioteca digital. O "
Portugal em Postais Antigos" de Hugo de Oliveira já granjeia, de certo modo, o estatuto de biblioteca virtual/digital.
Num âmbito similar, um simples exercício que realizei: escrevi no motor de busca do google o seguinte:
“maior colecção” PortugalOs resultados (mais) relevantes foram os seguintes (e só percorri até à página 7 dos resultados):
Maiores colecções de Portugal:
Quem quiser aproveitar no Verão já tem um possível roteiro de viagem!
E como nisto das colecções o produto mais concorrido provavelmente são os selos, curioso que também deparei com
uma entrevista, que não sei precisar a data (mas tem pelo menos mais de um ano), ao português que foi o criador e até Maio de 2006 o administrador do maior empresa de filatelia do mundo (e que alberga a colecção mais valiosa do mundo). De salientar que empresa é também terceira maior empresa mundial de activos não financeiros, e emprega mais de 2500 funcionários.
Vocês sabem de que empresa estou a falar…E os selos também podem ser um
instrumento privilegiado para contar o mundo...Por outro lado, continuo a não compreender como que em 2007 os jornais que obrigam a registo (e em muito casos também ao pagamento) para leitura de parte das suas notícias, ainda deixem que estas mesmas notícias possam ser efectivamente acedidas (sem pagamento) na sua integralidade através da cache do google (embora, só umas horas ou dias depois de serem publicadas). Os que pagam acabam pagando a dobrar: pagam para ler e pagam para um número infindo de pessoas também possa ler essas notícias à borlix através da cache do Google. Sempre percepcionei a cache do Google como uma mistura da gruta de Ali Babá com o Echelon americano, neste caso aplicado à web. Todo a preciosa informação que precisamos no momento está (quase) sempre lá e (quase) nada lhe escapa!
Bom dia
sou Hugo de Oliveira
o responsavel do blog :
Portugal em postais antigos
Em 1°, muito obrigado para esta paragrafo !
em 2° , eu meu nome e Hugo De Oliveira
e não Nuno ....
e possivel mudar isto ?
muito obrigado
e cumprimentos para o vosso blog !!
Hugo ( luso frances )
desculpe para o meu portugues